Mr Hugo Giovanelli was at Vila Maria Zelia on 10 March 1922. Being a natural artist he painted canvas and drew really well; became an architect, married, had children. Hugo had a special passion: he loved Carmen Miranda and was one of the greatest Miranda's collectors.
Hugo Giovanelli's 86th birthday party at the coffee shop at Pateo do Collegio on 10 March 2008, autographs copies of his book
from left to right: Maria do Carmo, ? , Alfredo Esper, Luigi, Carlus Maximus, Cícero, Hugo Giovanelli & Sr. Nenê.
busy bee Thais Matarazzo sitting opposite Hugo Giovanelli.
Lucio proudly holds his copy of Mr Hugo Giovanelli's book.
Sirlei & Carlus Maximus at 'seu' Hugo's party... Sad note: Sirlei died on 18 October 2021.
Hugo Giovanelli & Carlus Maximus on a sunny Tuesday at Pateo do Collegio.
from left to right: 'seo' Vicentinho Covello, Hormindo Ratamero, Alberto Augusto Martins aka 'seo' Nenê, Perola Plata, Sirlei Jardim, Ademar, Alfredo Afif Esper; Hugo Giovanelli & Carlus Maximus at Pateo do Collegio.
Pateo do Collégio's Young Set: Gabriel Gonzaga, Ricardo Santos & Thaís Matarazzo.
sr. Nenê; Gabriel Gonzaga, Sirlei Jardim, Hugo Giovanelli, Cristina Costa, Milton Baumgarten; Thais Matarazzo, Carlus Maximus; Clau & Diego Nunes. Saturday, 11 January 2009 at Vila Maria Zélia.
Saint Joseph's church at Vila Maria Zelia.
Saint Joseph's in the foreground... the building in the background is where Hugo Giovanelli had his last art exhibition about Carmen Miranda in December 2008.Milton Baumgarten, Luiz Amorim, Gabriel Gonzaga, Sirlei, Clau & Vander Loureiro on 1st February 2009, at DoCarmo's condominium assembling-hall on Rua Oscar Freire, 1504.
Introdução ao CARNAVAL 2009, no salão do prédio da DOCARMO, na Rua Oscar Freiore.
Sim, hoje 1º Fevereiro 2009, aconteceu mais um sarau com a já famosa Turma do Pateo, e dessa vez a Turma deixou a Zona Leste de lado para se embrenhar pela Zona Oeste, mais precisamente rua Oscar Freire, no salão de festas do prédio onde reside a Docarmo, amiga dileta da Neuza, frequentadora assídua do Pateo do Collegio.
Estava marcado para começar as 13 horas. Eu cheguei meia-hora mais cêdo, e lá já estavam Milton & Clau, que já tinham virtualmente armado o sistema de som num palco improvisado, mais a Thaís, afixando fotos de Carmen Miranda nas portas de vidro do salão, pois afinal, em 9 dias celebraremos o centenário do nascimento da Pequena Notável.
No salão, mesinhas plásticas brancas, com toalhas brancas, rodeadas por quatro cadeiras brancas, tendo em cada qual um vasinho com uma rosa vermelha, dando a impressão de um pequeno restaurante ou um night-club improvisado. Já havia varias pessoas, e outras foram chegando.
Eu, Gabriel, e os cantores nos sentamos numa mesinha perto da passagem para os banheiros e fomos revisando rapidamente as marchinhas que havíamos ensaido no domingo anterior no Parque da Agua Branca. A acústica do lugar não é da piores, embora só depois percebemos que, com a amplificação elétrica do som, havia uma reverberação não muito agradável, que podia confundir os musicos e cantores.
Neuza tomou o microfone e conclamou os presentes a saírem de seus lugares e irem até o fundo, onde a comida já estava pronta a ser devorada. Aconselhou a Turma do Pateo a fazer o mesmo, o que ninguém discordou. Para vegetariano a coisa é brava, então eu fiquei só na sobre-mesa, mas como não gosto de comer muito antes de cantar tudo saiu a contento.
Aos poucos fomos nos acomodando por detráz dos microfones e do teclado, que tinha sido montado estratégicamente do lado direito de quem olha a platéia. O principal problema dos violonistas é sempre onde colocar as partituras, letras e cifras, o que foi prontamente solucionado por uma inteligente sugestão de Thaís, para que arrastássemos uma mesinha alí na frente dos dois violeiros. Eureka! Tudo ficou perfeito.
Eu já tinha separado as folhas de papel-sulfite com as marchinhas que seriam tocadas pelo Gabriel e por mim. Gabriel iniciaria o sarau com ‘Lig lig lé’ (1937). Milton, o mestre-de-cerimônias conversou um pouco com a platéia, dizendo algo que eu só escutava, mas como ainda estava entretido com a organização dos papéis, não entendi direito, mas acho que ele deu uma idéia do tema Carnavalesco do sarau. Gabriel começou gentilmente a tocar a ‘marcha do Chinês que só come uma vez por mês’, e de-repente, num segundo, o salão inteiro estava cantando junto. [*] Eu fiquei surpreso com a rapidez com que se deu a ignição quase que total. Quanto Gabriel emendou 'Mamãe, eu quero', de Jararaca, coincidentemente de 1937 também, as pessoas começaram a dançar e a fazer o famoso ‘trenzinho’, que geralmente se faz em salões de carnavais (verdadeiros).
Todos ainda cantavam a marchinha de Jararaca quando Gabriel lascou ‘Chiquita Bacana’... lá da Martinica (1949), e lógo em seguida, ‘Periquitinho verde’ (1938), grande sucesso de Dircinha Baptista. Apesar de eu estar olhando a pláteia apenas de ‘rabo de olho’, pois não queria misturar meus acordes, acho que as pessoas estavam enlouquecidas; todas cantando no ultimo volume de seus pulmões. Pelo menos era essa a impressão que eu tinha alí de meu ‘curralzinho’. Na verdade eu estava achando muito engraçado e quase tive um acesso de riso, não sei porque... talvez por puro contentamento.
Estávamos uma verdadeira máquinha de sucessos carnavalescos capitaneados por Gabriel ao violão, eu no segundo-violão, Vander na timba, Cristina ao pandeiro e as vozes de Mara, Thaís, Sirlei, Milton e Nenê. Gabriel detonou ‘Aurora’ (1941), que todos responderam com ô ô ô ô Aurora... e lógo em seguida, a mais famosa marcha carnavalesca de todos os tempos, ‘A jardineira’ (1939).
Mal estávamos no meio de uma, já estávamos pensando na próxima, que no caso foi ‘Cidade Maravilhosa’ (1935), hino de louvor ao nosso querido Rio de Janeiro, gravada por Aurora Miranda, irmã, também famosa da ‘Brazilian Bombshell’. E para a peteca não cair, ‘Vai com jeito’ (1957), a marchinha mais sugestiva em questão de escolher um lugar para se praticar o (famoso) sexo. A escolha é do freguês: tomar ‘banho’ em Paquetá; ‘pic-nic’ na Barra da Tijuca (quando ainda dava para se fazer isso) ou um ‘programa’ no Joá, que as pessoas pensam (geralmente) que é um ‘programa de chuá’. Como se vê, o negócio é o ‘programa’ e não o local, que acaba sendo irrelevante. E olhe o título da música: ‘Vai com jeito’; a musica mais sexualmente implícita da história da nossa MPB.
A esta altura eu já nem sei mais a sequência das marchas. ‘Saca-rolha’ (1954), que é sempre sucesso garantido; o samba ‘Lata d’água na cabeça’ (1951), de melodia muito bonita; ‘Uma andorinha não faz verão’ (1934), de Lamartine Babo, o maior compositor de marchas carnavalescas de toda nossa história; ‘Yes, nós temos banana’ (1938), que saiu um pouco ‘desmingüelada’; ‘Marchinha do grande galo’ (1935), outro sucesso incontestável em qualquer salão.
Quem não se identifica com o famoso galo, que teve sua companheira morta... e o vizinho que passa pela mesma experiencia galinácea e ainda se regojiza do acontecimento? Seria isso um descarado incentivo ao assassinato de cônjuges?
‘Linda morena’ (1933), que é a marcha favorita do Lalá; ‘Pierrot apaixonado’ (1936), que levou um grande chute da Colombina (que era declaradamente alcoólatra) e foi tomar vermouth com amendoim; ‘Allah-lá-ô’ (1941), que todos cantaram com ‘gusto’... e sempre me faz lembrar que se Osama Bin Laden soubesse disso, na certa não iria gostar de ver aquele bando de foliões dançando e ‘tomando Seu santo Nome em vão’. Na certa uma bomba estouraria alí naquele salão.
A essa altura o pessoal que dançava começou a se cansar, pois não houve intermezzo, e os musicos começaram a ‘embolar o meio de campo’. ‘Aurora’ foi cantada novamente, pois eu já não sabia o que tinha e não tinha sido cantado. Daí houve uma pausa-que-refresca, embora nós não sejamos a Coca-Cola. Nessa ‘embolada’, acabamos não apresentando ‘Grau 10’ (1935) e ‘Ride palhaço’ (1934), ‘Maria Escandalosa’ (1955) e ‘A casta Susana’ (1938). Ficaram na ‘saudade’.
Milton retomou suas atividades de animador, e Vander cantou ‘Morena boca de ouro’ e ‘Feitiço da Vila’. A primeira, sempre toco bem, mas hoje saiu ‘arrastada’, e Vander teve que pegar sua timba para ‘consertar o ritmo’. Eu não sei como deixei me levar no rítmo ‘arrastado’, já que eu sou do tipo que toca mais rápido do que o normal. Mas tudo pode acontecer quando se toca em grupo. Eu devo ter seguido o pandeiro da Cristina... sei lá!
Nenê (sr. Alberto) apresentou suas piadas, que desta vez foram três. Contou uma inédita (para mim), que é a do homem que tinha apelido de Barbudo, resolveu raspá-la, para desencanto próprio; qdo. ele, para surpreender a esposa, é confundido com o amante dela, que diz, desapercebidamente: ‘Cuidado que está na hora do Barbudo chegar’. Contou a outra do veneno, a da bolinha-de-gude. Todos riram muito.
Houve alguem da platéia que pediu uma ‘canja’ e foi atendida pelo Milton. Ela cantou o samba ‘Lata d’água’, mas acabou não dando conta do recado e parou na metade. A platéia começou a ‘tomar conta’ do show e a pedir musicas. Mara cantou ‘Cafezal em flor’, de Luiz Carlos Paraná, mas a acústica do local, mais o facto de eu ter ficado sem letra para fazer o contra-canto, fez com que a performance não fosse das melhores. É uma pena pois no ensaio ficou ótima. Mara também cantou uma marcha-rancho (acompanhada por Gabriel) que não consigo me lembrar. Teria sido ‘Estrêla do mar’ (Um pequenino grão de areia)? Mais um caso de incompatibilidade sexual: imagine um grão de areia transando com uma estrêla! E ainda tem um rebento dessa união: a estrêla-do-mar. Pode?
Nisso lá se foram ‘Mal me quer’ e ‘Estão voltando as flôres’, que ficaram p’ras calendas, ou seja, não foram executadas, pois a bagunça estava começando a tomar conta do local. Ah, o Vander voltou para cantar ‘Florisbela’ (1939), gravação do Caboclinho querido.
Houve um hiato aí, quando Neuza Guerreiro falou ao microfone algo sobre nomes de rua de São Paulo, já que Neuza é uma especialista em trivia sobre a Paulicéia. Nisso Denise Duran, que havia sido chamada para continuar o show, disse que existe uma Avenida Dolores Duran, na Zona Leste da cidade, além de um Colégio Estadual Dolores Duran. Alguém da platéia quis saber algum detalhe sobre o programa especial sobre Dolores Duran que tinha sido exibido pela TV Globo há um tempo, e Denise prontamente o esclareceu.
Denise cantou ‘A banca do distinto’ (não fala com pobre, não dá mão a preto, não carrega embruglio...), competentemente acompanhada por Gabriel Gonzaga. Foi muito aplaudida e bisou com ‘Pela rua’. Pediram (e imploraram) para que Denise cantasse ‘A noite do meu bem’ (1959), o grande sucesso de sua falecida irmã, Dolores Duran. Cristina Costa se prontificou acompanhar Duran em seu teclado, ao qual ela deu som de orgão. A performance foi amplamente elogiada pelos presentes. Um orgão bem tocado sempre toca os corações românticos... o Nenê que o diga (ele confessou-me que ficou maravilhado pelo som).
Olha, não me pergunte a exata cronologia dos factos a partir desse momento, pois estão meio que embaralhados em minha memória (curta). Cristina Costa apresentou duas composições suas. A do burrinho e uma outra que não ouvi direito, pois estava no banheiro tentando lembrar a melodia de ‘Se as rosas falassem’, de Cartola, que alguem tinha pedido ao Vander que cantasse. Não consegui lembrar da melodia, e Vander acabou sendo acompanhado pela Cristina. Mara cantou ‘O que vier eu traço’ (só me lembro pois eu fui o acompanhante), sucesso de Ademilde Fonseca; Sirlei queria que cantássemos ‘Bandeira branca’ (1970)... e foi o que aconteceu. Logo emendamos com a ‘Mascara negra’ (1966), o ultimo grande sucesso carnavalesco. Eu pensei que o show tinha terminado. Mas qual o que! Resolveram que a turma da ‘casa’, a Docarmo e suas amigas, iriam apresentar uma paródia de ‘O xóte das meninas’ (ela só quer, só pensa em namorar...), do Luiz Gonzaga... e assim o fizeram.
Thaís & Milton apresentaram o quadro do português Manuel & Maria, que sempre é bem engraçado, não importando o público. Aliás, Milton estava o próprio ‘portuga’. Ele encorpora o Manuel de maneira ‘mediúnica’. Até o andar fica diferente... sem contar o vasto bigode. Eu já tinha guardado minha viola no fundo do baú quando disseram que ainda iríamos cantar mais marchinhas. Ai Jesus, tive que tirar o viola do saco novamente. Cantamos ‘Tahí’ (1930), para homenagear a homenageada, que aliás, ninguém lembrou de lembrar durante o show. E a derradeira canção foi uma marchinha, o ‘Balancê’, de João de Barro, gravação da Carmen Miranda.
E olha que nem homenageamos Zazá, amiga da Lela (Denise Duran)... mas só p’ra chatear, nós cantamos a marchinha ‘Cadê Zazá?’ (1948) a capella, só para render essa singela homenagem a tão querida pessoa. Gente, se eu esqueci de algo relevante, me perdoem, mas minha cabeça já está dando ‘tilt’. Me escrevam lembrando algum ‘ato falho’ e eu retifico.
Luiz Amorim – 1º. Fev. 2009.
(*) – o facto de ‘Lig lig lé’ ter atraído tantos cantores foi, a principio, não entendido por mim, mas a Lela me alertou em um telefonema. Ela disse que ‘Lig lig lé’ é o tema de abertura da novela das sete da TV Globo, que se chama ‘Negócio da China’. Agora está explicado porque todos cantaram uma marchinha de 1937, como se fosse um ‘hit’ de hoje, o que na verdade não deixa de ser.
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