Saturday 22 October 2016

TURMA DO PATEO DO COLLEGIO

There is a certain place in downtown São Paulo where a few old men & women meet every Tuesday from 2:00 PM to 5:00 PM to talk about music, films, art and reminisce about their lives in the 1930s, 40s, 50s & 60s.
Vó Jacy Castro whom I met at one of  Turma do Pateo do Collegio gatherings speaks a piece of her mind at Carnaval 2017 in Rio de Janeiro where she's been living for the past 50 years...
Vó Jacy with a gang of dangerous Communists on a street in Rio de Janeiro in Carnaval 2017.
from left to right.: Mazolinha (Luiz Eduardo), Roberto Azevedo, Luciano Sorras, Vander Loureiro & Paulo Iabutti. 
Vander Loureiro & Alfredo Esper who is a cousin of radio man Salomão Esper.  
Wanderley & Perola. 
Nenê, Thais Matarazzo & Vander Loureiro on a sunny Tuesday afternoon in 2014.
1950s singer Bianca Bellini & author Thais Matarazzo in 2014
Paraguassú's grand-daughter, musician Isaias & Thais Matarazzo in 2014
Valdir Comegno, Bianca Belini, Thais Matarazzo, Norma Avian, Estherzinha Souza & .... 

28 August 2007 - The day Salomé Parísio came calling at Pateo do Collegio 

O dia que Salomé Parísio visitou o Pateo do Collégio

Cheguei mais cedo que o costume pois Diego e Thais mandaram-me “scraps” (mensagens pela Internet), dizendo que Salomé Parísio, a famosa vedete dos anos 40 e 50, estaria chegando ao Páteo entre 13:00 e 13:30 horas, para posteriormente poder sair mais cedo. Para mim foi excelente, pois sempre sou “early bird” (pássaro madrugador) e gosto que as coisas aconteçam na primeira metade da festa, ao invés de “nirvanas” ilusórios, ou apoteóticos anti-climaxes.

Assim que cheguei, avistei o sr. Alfredo Ésper, o que é bom sinal, pois sempre conversamos ótimos assuntos sem muitos preâmbulos. Seu Alfredo sabe as datas (ano) de todos os filmes norte-americanos produzidos entre 1935 e 1960. Ele era menino do Ipiranga, perto do Museu, e seu pai tinha comércio de tecidos numa loja de esquina. Quando o Cine Palácio-Ipiranga foi inaugurado em 1938, os donos do cinema deram uma “permanente” ao pai dele, com direito a dois espectadores, em troca da permissão do cinema exibir cartaz anunciando as “próximas atrações” na vitrine do negócio. Por isso, Alfredinho, que tinha 10 ou 11 anos, ia ao cinema diariamente.

Falamos dos vários seriados da Republic Pictures que ele viu: “A Deusa de Joba” (Darkest Africa) de 1936, com Clyde Beatty & Elaine Shepard como a Deusa de Joba; “A mão que aperta” (The clutching hand) de 1936 com Jack Mulhall; “O homem elétrico” (1944), provavelmente 'Captain America', com o temível gênio do mal protagonizado pelo tétrico Lionel Atwil; “Flash Gordon no planeta Mungo”, “Flash Gordon no planeta Marte”, “Jim das Selvas”, “Frankenstein contra Drácula”, e vários far-wests, como “Buck Jones”, “Tim McCoy”, “Harry Carey” e o famoso “Tom Mix”. Seu Alfredo fez questão de citar seus artistas favoritos, todos homens, não sei porque: Tyrone Power, Robert Taylor, Franchotte Tone e Erroll Flynn. Na verdade, em conversas anteriores, Alfredo confessou sua paixão por Anne Sheridan (*21st February 1915 +21st January 1967).

Toda essa conversa sobre cinema começou por causa do LP “... E as Operetas voltaram”, do Roberto Audi, produzido por (pasmem) Lamartine Babo, que eu tinha acabado de comprar naquele sebo da rua Martins Fontes. Alfredo comentou sobre o filme “Viúva alegre” (Merry widow), com a Jeanette MacDonald e Maurice Chevalier, e daí em diante eram pelo menos 20 nomes citados por minuto. Nesse interim chegaram a Lela e Neuza. Lela viu o LP do Roberto Audi, e disse que tinha se fantasiado de Princesa das Czardas num carnaval antigo.

Mal nos assentamos, e quem chega? Salomé Parísio, de braços dados com Diego e Thais, que haviam ido buscá-la na Estação Santa Cecília, para trazê-la ao Páteo. Assim que ela chegou, as pessoas já foram se apresentando, se beijando, conversando, e todos, já sendo sumariamente transferidos para o outro lado da geografia pateana. A mudança foi feita mecanicamente, com as conversas todas somente adiadas por alguns segundos, para continuar, à todo vapor, do outro lado da vitrine “macabra”. É gozado, que sempre que passo de um ambiente a outro ali, não posso deixar de notar uma mesa de mármore, com cruz em mármore negro encravada no mármore marrom. Me disseram que ali o Papa João Paulo II celebrou uma Missa, o que parece bem solene.

Thais e Salomé já se engajaram numa entrevista gravada em pequeno aparelho digital segurado pela primeira. Ali mesmo aconteciam várias conversas simultâneas, e alguém até comentou que se espantava em ver que a entrevista não era atrapalhada; mas acho que tudo estava acontecendo numa sincronicidade muito interessante, já que Diego e Lela, também estavam num ‘tête-à-tête’ com gravador em punho. Diego nesta altura já tinha fotografado as fotos de Dolores Duran, que Lela, sua irmã caçula, fez a gentileza de oferecer à reprodução.

Várias pessoas iam chegando: seu Nenê, seu Hugo, Cícero, seu Paulo Iabutti, que distribuiu pequenos envelopes com fotos de sua ‘Gincana Musical’ do Inverno de 2007, onde houveram 5 premiados; eu peguei o quinto-lugar, pela primeira vez em minha promissora carreira. Uma amiga da Neuza, vendo as fotos de Dolores com vários artistas, declarou que não gostava da Elizeth Cardoso, e foi, por isso, imediatamente condenada ao ostracismo. 

Chegou seu Gouvêa, e eu fui lá nas mesas de traz pedir minhas desculpas a ele, por ter me esquecido de trazer, pela segunda vez, sua Lista de Seriados de 1929 à 1955. Eu tenho a lista em inglês, mas não os nomes em português. Bem, seu João Gouvêa (vi documento dele hoje) trouxe várias fotos de quando ele era Guarda Civil a partir de 1944, que eu tinha requerido dele em semanas passadas. Mostrou uma foto grande, onde 4 guardas estão de uniformes claros, até parecendo o Gunga Din na India... e de uniforme azul-marinho, parecendo policial de Nova York.

O João Gouvêa parecia um galã de Hollywood. Fui mostrar prá Lela o documento policial dele, com uma foto onde ele tinha 19 anos. Um verdadeiro galã. A Lela falou que ele não passaria na rua dela incólume. Reproduzi o diálogo pró Gouvêa e ele achou graça.

Apareceu um cirurgião cardíaco do Hospital das Clínicas (HC), que queria saber de várias músicas. Seu Paulo me chamou para ouvi-lo cantarolar um trecho de música para uma identificação. Assim que ouvi os primeiros acordes e letra, sabia que não conhecia. Ele cantarolou uma segunda, e o seu Guilherme (o homem que já foi assaltado 30 vezes, entre Minas e S.Paulo) matou... Daí eu chamei a Thais para ver se ela ajudava, e o cirurgião cardíaco protestou dizendo: “ -Mas ela é muito nova!”, fazendo uma cara de interrogação. Eu disse, sem muito esforço, “ -Mas pode ser que ela saiba!”. E não é que ela soube mesmo? O cirurgião ficou boquiaberto, com toda razão.

Ele, com sua barba e cavanhaque totalmente brancos, continuou, sacando um montinho de cartões-de-apresentação do bolso, dando um para seu Guilherme, e procurando a Thais, que a esta altura já estava em outro sub-grupo para dar-lhe seu cartão. Os Japoneses é que usam esse sistema de cartão.

A esta altura o pessoal estava todo empolgado e falando sem cessar. Salomé declarou que iria cantar um numero “à capela”. Eu até pensei em começar a cantar em coro, para “quebrar o gelo”, mas para meu espanto, Salomé levantou-se, estendeu os braços e soltou os primeiros versos de “Carinhoso”. As vezes ela cantava sussurrado, outras soltava a voz até as alturas, dando uma interpretação emocionante. Eu geralmente me sinto constrangido com demonstração de sensibilidade emocional, e comecei a retorcer os pés e as mãos. Quando me dei conta do meu comportamento “compulsivo”, me lembrei do sábio conselho da Martha Suplicy, de “relaxar e gozar”, e o pus em prática; então a coisa ficou mais leve. Quando Salomé deu as últimas notas foi devidamente aplaudida. Alguém pediu-lhe que cantasse: 'Biatatá' (ô, biatatá, o biatatá, êsse côco saboroso você come e não me dá). Como ela titubeou, eu próprio comecei a cantá-la, mas quando chegou na ‘bridge’ (2ª parte) eu empaquei. Salomé me olhou, como que dizendo: “-Ué, cadê o resto da música?”. E ela própria começou novamente e a terminou num rebolado do mais erótico para uma senhora de 87 anos.

Seu Nenê disse que quando viu a Salomé achou que já a conhecia. O Wanderley disse que a Salomé era de “fechar farmácia em dia de plantão” e que esperou 80 anos para poder conhecê-la. A Dirce disse que essa Salomé era do “balacobaco”, não especificando exatamente o que era esse tal de “balacobaco”.

Salomé despediu-se de todos individualmente, o que durou alguns minutos, e desapareceu prá dentro das entranhas do metropolitano de São Paulo, amparada pela mesma Dupla Dinâmica que foi buscá-la.

Assim que eles voltaram da Estação Sé, eu, Lela, Thaís e Diego tomamos o “caminho da roça”. Fomos em direção a rua Líbero Badaró. Diego desceu o subterrâneo no Largo São Bento, Thaís pegou o “Mercado da Lapa”, eu e Lela apanhamos o “Cidade Universitária”; descemos nas Clínicas, e pegamos o “Jardim João XXIII”. A viagem de volta foi muito gostosa, pois eu e Lela sempre conversamos assuntos dos mais diversos. Como estou interessado na vida da Marisa, Gata Mansa, perguntei sobre os vários incidentes da vida dela.

Lela contou do tempo já no fim, que Marisa morava num apartamento na rua Barão de Ipanema, em Copacabana. Depois que ela estava lá, chegou o filho Marcelo com a nora Andréia. Marisa não se dava com a nora, pois achava que ela fez o filho brigar e sair do conjunto que acompanhava o Djavan, e outros músicos.

Perguntei sobre o lançamento de “Viagem”, que tornou-se o maior sucesso da Marisa. Lela disse que foi lançado em 1972, num barco ancorado na Baia da Guanabara. É interessante que teve que se passar mais de 15 anos para que Marisa conseguisse um grande sucesso, já que ela gravava desde meados da década de 1950. Lela disse que vai falar com o Toni Vestane, cantor e compositor (Marisa gravou pelo menos duas de suas músicas), muito amigo do Roberto Audi, para que ele mande dados biográficos dele e do Roberto Audi. Eu comecei a me interessar por esse cantor.

 Luiz Amorim.

Hugo Giovanelli, Norma Avian, Jaime Moura & Carlus Maximus (wearing white) in 2009.
Vander Loureiro & Paulo Iabutti. 
Roberto Gambardella in 2014. Mr. Gambardella used to own a 2nd-hand record-shop called Lomuto Records near Praça da Sé. 
Romeu Bragherolli & Vander Loureiro. 
Luiz Amorim aka Carlus Maximus & Denise Duran aka Irley Rocha at 'Passatempo Musical' on 19 September 2014
from right to left: Cicero, Nenê, Wanderley, Non-identified man & singer Ignacio circa 2013.
from left to right in the back row: Paulo Iabutti, his sister Nancy Iabutti, Ary, Luiz Roberto aka Mazzolinha, Wanderley, Milton, Roberto Gambardella, Vó Jacy de Castro, Ivany (Manuel's wife), Maria Matarazzo (Thais's mother), Manuel and Luiz Amorim aka Carlus Maximus. At Paulo Iabutti's house at Brooklin Paulista on his yearly 'Passatempo Musical24 November 2012
Same day in 2012, at Paulo Iabutti's house in Brooklyn... Ary - at the centre with a small moustache being talked to by Milton - would be the first to die in this group. One morning, not too far from 24 November 2012, he had a massive heart attack at home with only his wife as a witness and helper. He struggled hard but couldn't help but give up. 
at Parque da Agua Branca - 17 November 2008; Alberto Augusto Martins aka Nenê, Gabriel Gonzaga, Sirlei, Thais Matarazzo, Mara & Luiz Amorim aka Carlus Maximus
Denise Duran & Carlus Maximus at Pateo on 22nd May 2018.
Seo Nenê aka Sr. Alberto (who turned 91 years old on 21st May 2018) & Luiz Eduardo aka Mazzolinha.
José Raimundo & Denise Duran 
Moisés, Luigi, .... & Claudevan Melo on 22nd May 2018.
Alberto Augusto Martins aka Nenê or 'Seo' Nenê with Gui Castro Neves who lives in Rio de Janeiro but sometimes visits São Paulo... this shot was taken on Tuesday, 29 October 2019. 
Gui Castro Neves & Carlus Maximus aka Luiz Amorim or Lulu Pavone on 29 October 2019, at Pateo do Collegio. 
Gustavo Lopes (from Brasilia-DF), Carlus Maximus, Walter Vidal, Raimundo José, Denise Duran & Gui Castro Neves at Pateo do Collegio on 29 October 2019.
Gustavo, Gui, Denise, Carlus, Raimundo & Walter plus Pateo's Security Man's Shadow... on a Tuesday late afternoon... 
Musical Quizz (Passatempo Musical) promoted by Paulo Iabutti took place on 27 September 2014, at a common room in a residential building at Rua Relíquia, in Casa Verde. From left to right clockwise: Claudemir & Milton Baumgarten (crouching), Sirley Jaldim (resting her hands on Claudemir's shoulders), Nancy Iabutti, Wanda (far left), Ivany & husband Manuel Carvalho, N.I. woman (resting her hand on the table), Raimundo José, Maria do Carmo Giordano, Luiz Amorim (back), Gambardella (back), Neusa Guerreiro (centre), Luciano & Lucio Silva (back), Denise Duran (next to the table), Gilberto Ignacio (back), Luiz Roberto aka Mazzolinha, Romeu Bragherolli, Paulo Iabutti (sitting down), Fausto Menito, Luiz Nicassio & Wanderley Monteiro. 

No comments:

Post a Comment